Hoje vamos iniciar uma matéria fazendo um review sobre a série animada do Universo Cinematográfico da Marvel, a série What If…? (no Brasil, O Que Aconteceria Se…?)
Para quem ainda não sabe a proposta dessa série, ela é inspirada numa linha editorial dos quadrinhos da Marvel que cria situações onde decisões diferentes criam linhas temporais diferentes. A série animada segue a mesma proposta usando os filmes da UCM como base, tendo como narrador das história o personagem Uatu, o Vigia.
Faremos um review a cada 3 episódios e nesse primeiro, falarem obviamente sobre os 3 primeiros episódios e o que achei de cada uma.
ATENÇÃO: ESSA MATÉRIA PODE CONTER SPOILERS
Episódio 1: O Que Aconteceria Se… A Capitã Carter Fosse a 1ª Vingadora?
Todos os episódios mostram qual foi o ponto de virada que alterou aquela realidade e nessa somos transportados para o 1° filme do Capitão América, no momento que Steve Rogers vai receber o Soro do Super-Soldado. A decisão que muda tudo é quando Peggy Carter, em vez de assistir o procedimento de um mezanino, decide assistir mais de perto.
Quem viu o filme, deve se lembrar que nesse momento acontece um ataque de um agente da Hydra. No filme a Peggy, por estar no mezanino, acaba tendo um posição privilegiada e abate o inimigo rapidamente. Porém nessa versão, por estar próxima da câmara de transformação do Steve, ela não tem muito tempo de reação e o agente da Hydra ainda tem tempo de balear Steve, que fica ferido demais pra poder passar pelo procedimento. Vendo que era a única alternativa, Peggy entra na câmara e recebe o soro, se tornando a Capitã Carter.
O interessante é como o episódio vai revisitando os eventos do 1° filme e como vai os alterando. Uma das mudanças cruciais é que Peggy não é usada como garota-propaganda pelo exército aliado, diferente do Steve no original. Isso permite que ela entre mais cedo na frente de batalha e consiga obter o Tesseract. Agora de posse do artefato, antes dele ir para as mãos do Caveira Vermelha, Howard Stark cria uma armadura para que Steve ajude na batalha.
Uma armadura semelhante a criada por Tony Stark para fugir do cativeiro no 1° filme do Homem de Ferro. A união de Peggy como Capitã Carter, do Steve pilotando o Esmagador Hydra (nome da armadura) e o pelotão do Bucky, acelera o avanço das tropas aliadas na guerra, forçando o Caveira Vermelha a mudar seu planos.
Esse episódio amarra bem todos os pontos do 1° filme criando até um meio de Peggy desaparecer e retornar nos tempos atuais igual ao Steve no original, mostrando ser uma sina para aqueles que carregam o poder do Soro do Super-Soldado. Claro que isso acontece sem antes, Steve e Peggy fazerem a mesma promessa da dança do original.
Até o momento, pra mim, um do melhores episódios da série.
Episódio 2: O que Aconteceria Se… T’Challa Fosse o Senhor das Estrelas?
Nesse episódio o ponto de virada é mostrada de forma mais sutil. Quando Yondu, líder dos Saqueadores, vai a Terra em buscar de Peter Quill, a mando de Ego, o planeta-vivo. Em vez dele ir pessoalmente para esse missão, ele delega a tarefa a seus capangas que trazem por engano o pequeno T’Challa, na época príncipe de Wakanda. No começo do episódio, o jovem T’Challa indagava o pai porque não podia conhecer o mundo fora de Wakanda, e agora numa nave espacial e com o convite de Yondu para conhecer o universo, ele topa de bom grado seguir com os Saqueadores.
Nos dias atuais, T’Challa se torna o Senhor das Estrelas e se mostra bem mais sucedido de Peter Quill nessa alcunha, transformando os Saqueadores num grupo de heróis galácticos. Lembrando que isso é até bem lógico, pois existe uma grande diferença entre os 2 jovens: enquanto Peter era um simples garoto norte-americano, T’Challa era o príncipe de Wakanda, sendo treinado desde de pequeno para ser um rei e o futuro Pantera Negra. Além disso, o momento de captura dos dois influencia muito, pois enquanto Peter tinha acabado de perder sua mãe, é levando pelo espaço afora contra sua vontade, já T’Challa estava simplesmente brincando nos arredores do palácio, após sua conversa com o pai sobre explorar o mundo e ele aceita de boa viajar pelo espaço (uma criança aceitar viajar por aí com estranhos… isso soa estranho kkkkk).
Esses fatores ajudam a moldar muitos dos acontecimentos a seguir, como por exemplo, impedir os planos de Thanos. E é aí que entramos na parte que sinceramente, estragou o episódio na minha opinião.
O Thanos foi simplesmente convencido por T’Challa, mostrando outros meios de ajudar a galáxia em vez de seguir com o plano de exterminar metade do universo e no fim Thanos vira um dos Saqueadores. Sei das habilidades diplomáticas do T’Challa, mas essa situação do Thanos foi muito forçada, pois como vimos a construção do personagem nos filmes, o Thanos nunca seria convencido por meras palavras, como se ninguém nunca tivesse tentado faze-lo mudar de ideia antes. Ficou parecendo algo estilo Naruto com seu “Discurso no Jutsu” e vale lembrar que o próprio T’Challa não conseguiu mudar a ideia do Killmonger, imagina então o Thanos.
Pior ainda foi ver os momentos do Thanos falando da sua ideia genocida para os outros, como se fosse uma boa ideia… Cara, estamos falando de genocídio intergaláctico e o episódio inteiro ficou fazendo parecer uma piada. Praticamente mudaram totalmente a personalidade do Thanos na história.
Diferente do Colecionador, onde mantiveram sua personalidade. Na história, com o vácuo do poder deixado pelo Thanos, o Colecionador se tornou o grande chefão do submundo, obtendo muito poder, mas mesmo com tanto poder e influência, ele ainda tinha o mesmo jeito covarde e desleal dos filmes.
Episódio 3: O Que Aconteceria Se… O Mundo Perdesse Seus Heróis Mais Poderosos?
Nesse episódio temos como protagonista Nick Fury e diferente dos primeiros 2 episódios da série, o ponto de virada em relação aos filmes só é revelado no final do episódio, pois justamente é ele que dá a chave para o grande mistério do episódio: quem está matando os candidatos da Iniciativa Vingadores?
A história segue Nick Fury no momento conhecido como “A Grande Semana de Nick Fury”, que é quando Fury descobre que Tony Stark está morrendo devido ao envenenamento causado pelo reato ark (Homem de Ferro 2), quando o martelo de Thor cai na Terra (1° filme do Thor) e quando Bruce Banner retorna aos E.U.A. (O Incrível Hulk)… Isso mesmo, os eventos desses 3 filmes acontecem na mesma semana. Porém, um por um dos Vingadores originais é assassinado antes mesmo que Fury possa recruta-los.
E pra piorar a situação, Loki chega a Terra com um exercito Asgardiano, dando um ultimato a Fury para que ele encontre o assassino de seu irmão, senão irá promover uma grande destruição pelo planeta. Claro, que o deus da mentira está usando isso como pretexto para seus planos de dominação.
Um momento que achei bem interessante foi a referência que foi feita as hq’s… Aí vem o baita spoiler do episódio, continue por sua conta e risco….
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Última chance, depois não reclama de spoilers.
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O assassinato dos heróis é Hank Pym, mas aqui ele não é o Homem-Formiga e sim o Jaqueta Amarela. O ponto de virada da história foi que sua filha, Hope, a atual Vespa no UCM, havia sido recrutada anos antes pelo Fury para ser uma agente da S.H.I.E.L.D., porém ela acaba morrendo numa missão, o que faz com que Pym desmorone e decida se vingar de Fury destruindo todos seus planos.
Mas por que Pym está como Jaqueta Amarela em vez de Homem-Formiga? Isso é uma referência a hq’s onde Pym chegou usar por um tempo o alter-ego de Jaqueta Amarela. Esse período é considerado o mais sombrio do personagem, pois nessa época ele era mais agressivo, não só com vilões como até com seus aliados, principalmente sua esposa. Muitas vezes sendo considerado que ele estava beirando a loucura no momento.
Colocar o Pym do UCM como Jaqueta Amarela representa justamente esse lado sombrio do personagem. Além disso, podemos ver o quão perigosa é a tecnologia da Partículas Pym, principalmente nas mãos de que realmente conhece todas as possibilidades de como usa-la, mesmo para o mal.
O episódio termina com a dominação de Loki sobre a Terra, só que usando o exercito asgardiano em vez dos chitauris, mas ainda trazendo a esperança que ele pode ser detido, pois Fury ainda tinha duas cartas na mangá para usar: a Capitã Marvel e o Capitão América, que ainda estava congelado.
O episódio levantou duas questões interessantes:
A primeira é se no universo original do UCM, o Fury também tentou recrutar a Hope, como foi a recusa dela e se haverá alguma menção futura a esse convite?
Outra questão é se a Capitã Marvel e o Capitão América podem dar conta de Loki e seu exército sozinhos, enquanto que no original precisou de 6 heróis para isso? Nesse caso podemos levar em conta a diferença dos 2 exércitos liderados por Loki: os asgardianos e os chitauris.
O 1° é um exercito onde os soldados tem um livre arbítrio maior, podendo em algum momento questionar os atos e ordens do Loki, principalmente os amigos do Thor, diferente dos chitauris, que obedeciam Loki cegamente, pois não tinha vontade própria e não possuíam emoções. Outro fator é que o nessa versão o Loki não tem o cetro com a Joia da Alma, que lhe deu uma grande vantagem na batalha conta os Vingadores. Por isso, a possibilidade do futuro desse universo, que em algum momento, o Steve e a Danvers provavelmente teriam a ajuda de Lady Sif e cia contra Loki e possivelmente trariam Odin de volta.
Esse episódio foi um dos mais recheados de referências e também dá muita brecha pra uma boa continuação.
A princípio a série está indo bem (mesmo com aquele Thanos do episódio 2) e aguardo ansioso para os próximos episódios. Até momento, meu ranking de episódios está assim:
1° – Capitão Carter (Ep. 1)
2° – Mundo sem vingadores originais (Ep. 3)
3° – T’Chlla, o Senhor das Estrelas (Ep. 2)
Vamos aguardar os próximos episódios.
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