Dubladores brasileiros fazem campanha para que a Inteligência Artificial seja regulamentada

O uso de inteligência artificial (IA) tem sido um tema delicado na indústria cinematográfica e televisiva em todo o mundo. Na última semana, por exemplo, dubladores brasileiros intensificaram uma campanha nas redes sociais, pleiteando a regulamentação dessa tecnologia.

Artistas como Francisco Júnior Jr., Bianca Alencar, Angélica Santos, Wellington Lima, Sérgio Cantú, Flora Paulita, Manolo Rey e muitos outros publicaram vídeos em diversas plataformas. Nestas gravações, eles pronunciam seus próprios nomes e a frase “eu quero a dublagem viva”. Alguns, inclusive, mencionam os trabalhos que já realizaram.

Eu quero a #dublagemviva #dubladoresbrasileiros #dublagem #dublagembrasileira pic.twitter.com/0VMvwI1IuI
— Bianca Alencar (@biancaalencarof) January 19, 2024

Se a dublagem brasileira já te tocou de alguma maneira, vem com a gente nessa campanha ❤️ Eu quero a @Dublagemviva pic.twitter.com/qDABbO0tIL
— Fernanda Baronne (@ferbaronne) January 20, 2024

🚨 APOIEM OS DUBLADORES 🚨

Sérgio Cantú, a voz do nosso Sheldon Cooper apoia a Dublagem Viva!

Os dubladores estão lutando contra a substituição das vozes reais por inteligência artificial.#DublagemViva pic.twitter.com/HtLEIxXQVl
— The Big Bang Theory Brasil (@tbbtbrasiil) January 20, 2024

oie, eu sou a Flora Paulita.
eu sou a dubladora da Ariana Grande (e de várias outras atrizes e personagens).
e eu quero a DUBLAGEM VIVA! 🙂 pic.twitter.com/D0FIcO2Z2k
— Flora Paulita (@florapaulita) January 20, 2024

I.A? Eu quero a dublagem viva. #dublagemviva pic.twitter.com/pr3l0UGw7o
— Fernando Mendonça (@fernandomendub) January 20, 2024

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Uma publicação compartilhada por Ricardo Juarez (@ricardojuarezbr)

O movimento Dublagem Viva recebe o apoio de instituições globais, como o Sindicato de Atores de Voz e Talentos de Voz de Madrid (NAVTA), a National Association of Voice Actors (Nava) e a Organización de Voces Unidas (OVU). No site oficial da campanha, é explicado que o principal objetivo não é eliminar a inteligência artificial (IA) do campo de dublagem, mas estabelecer regulamentações para seu uso, de modo a não prejudicar os profissionais humanos. Como mencionado no texto:

“A inteligência artificial precisa ser compreendida dentro do contexto social e legal brasileiro e regulamentada. Seu uso indiscriminado pode causar danos sociais e econômicos sensíveis para a nação em um curtíssimo prazo além de danos culturais e, subsequentemente, morais e éticos irreversíveis. Porque neste ponto, a questão deixa de ser o que nos faz brasileiros, mas passa a ser o que nos faz humanos.

Por isso propomos que nenhum ser humano artista, criador, produtor cultural, ou realizador cultural brasileiro de qualquer tipo seja substituído por uma inteligência artificial ou equivalente, porém que nenhum deles seja proibido de fazer uso de uma inteligência artificial para aprimorar seu trabalho. […]

Nosso interesse não é proibir nenhuma evolução tecnológica, queremos apenas garantir que o que é apenas uma ferramenta de criação não passe a ser entendido como o nosso criador.”

É importante destacar que o uso de inteligência artificial foi um dos principais pontos de discussão durante as recentes greves de roteiristas e atores em Hollywood. O setor de jogos eletrônicos também tem demandado regulamentação para essa tecnologia.

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