Quem acompanha o mundo dos animes já deve conhecer um dos animes mais hypados da temporada: Spy x Family. Caso não conheça pode ler nossa matéria sobre o anime/mangá clicando aqui.
Quem já conhecia o anime quando ainda era uma mangá sabe que a história é uma comédia com ação bem tranquila, sem teor sexual, sem violência extrema, entre outras coisas que aumentariam suas classificação etária, um verdadeiro anime “Family Friendly”.
PORÉM… existem pessoas na internet que vivem de procurar pêlo em ovo, problematização qualquer coisa… QUALQUER COISA MESMO. E Spy x Family, um anime que qualquer pessoa normal não pensaria existir algo de errado, não escapou dessa militância problemetizadora da internet. Aqui iremos listar algumas dessas “polêmicas” e o porquê elas não fazem sentido nenhum.
1º – Sexualização da Anya
A 1ª polêmica acontece ainda no 1º episódio em 2 cenas pelo mesmo motivo.
A 1ª cena, após saber que conseguiu fazer Anya passou na prova de admissão da escola, Loid (Twilight) segura a Anya e a balança no alto em celebração.
Um usuário do Tik Tok reclamou que estariam “sexualizando” a Anya nessas interações com o Loid, pelo motivo da Anya fica corada nessas situações. Segundo o usuário que postou as cenas em questão com a seguinte frase: “Eu odeio a maneira como eles sexualizam a garota no programa toda vez que ela está com o pai”
Só que a pessoa não deve ter visto o episódio todo, onde mostra que antes, Anya era uma cobaia de um experimento científico, por isso não sabia o que era se sentir em família. Mesmo após fugir das instalações onde era cobaia, passou por diversos orfanatos e famílias. Quando conhece Loid e percebe o quão ele é legal, além de saber seus motivos em ser um espião, passa a admira-lo e o ter verdadeiramente como pai. Por isso, esses momentos são novos pra Anya, onde ela sente que agora tem um pai de verdade.
Quem vê sexualização nessas cenas é que deve ter uma mente muito poluída, se é que me entendem.
2º – Escola exigir pai e mãe
Ainda no 1º episódio, logo na sequência da cena dita acima, onde Anya dorme ao lado de Loid, o mesmo acorda assustado por ter baixado a guarda.
Anya entrega a carta, onde a escola informa sobre a 2ª fase de seleção dos estudantes, onde haverá uma entrevista da criança e seus pais, mais exatamente pai e mãe, sem exceções… é assim que tá na carta. E após isso, Anya até faz um comentário dizendo “Não tem mamãe!”
Nas redes sociais teve quem achou um absurdo uma escola exigir uma família tradicional, com pai e mãe.
Mas parece que quem fez esse tipo de reclamação não entende o conceito de contexto histórico, pois mesmo a obra trabalhando com países fictícios, é perceptível que o anime se passa num passado similar ao nosso, possivelmente nos anos 50 ou 60, durante o período da Guerra Fria.
Nessa época era normal escolas de alto renome fazerem uma exigência do tipo, ou seja, algo perfeitamente normal para os padrões da época. Será que essas pessoas não entendem que não se coloca conceitos da atualidade em obras que retratam o passado?
3º – Mulher solteira aos 27 anos é errado
A maior das polêmicas acontece no 2º episódio, onde somos apresentados a Yor, uma jovem que trabalha num órgão público, mas que tem um trabalho secreto: ser uma assassina de aluguel de codinome Thorn Princess (na tradução do anime virou Rosa Selvagem).
Nesse episódio, suas colegas de repartição pública comentam sobre a Yor ainda estar solteira aos 27 anos, falando que isso não era normal. Além disso comentam de outra funcionária que foi presa pela Polícia Secreta por suspeitas de espionagem, pelo fato dela ser uma mulher de quase 30 anos e solteira.
Nesse episódio a internet veio abaixo, dizendo que é um absurdo o anime dizer que é errado uma mulher na faixa de quase 30 anos ainda estar solteira. Mas novamente, as pessoas esquecem de interpretar o contexto de época, pois justamente nos anos 50 era normal a maioria das pessoas estarem casadas antes dos 30 anos, tanto mulheres como homens.
Outro fator importante é que vale lembrar que no anime não diz exatamente que é errado ser solteira aos 27 anos e sim que era SUSPEITO. Vale lembrar que a trama mostra que o Ostânia (onde se passa o anime), é um país que vive uma espécie de Guerra Fria com o país vizinho, Westalis (terra natal de Twilight), portanto é normal existir um polícia secreta responsável pela contraespionagem.
Quem tem um pouco de noção sobre a história do período da Guerra Fria deve saber como funciona esse tipo de polícia, que vigiava qualquer atitude suspeita. E numa época onde normalmente moças na faixa dos 20, 30 anos já estariam casadas, uma moça ainda solteira poderia ser facilmente uma espiã, afinal de contas, na maioria das vezes um espião age sozinho.
Ou seja, a soma dos fatores “média de idade de casados” mais “guerra fria”, torna verossímil a situação que a Yor estava ser preocupante, principalmente pelo fato de sua profissão secreta.
4º – O anime promove o tráfico humano
Essa pra mim foi a mais “nonsense”, junto com a primeira. Ainda no episódio 2, Loid leva Anya numa alfaiataria para fazer roupas novas. Quando a alfaiate leva a menina para outro lugar para tirar suas medidas, a garotinha comenta: “Estou sendo vendida”, onde logo o Loid a retruca dizendo: “Caso se comporte, não será”.
Nisso, um tiktoker (o mesmo da primeira polêmica) viu uma atitude fria do Loid, que ele seria capaz de vender a menina. É sério que essa pessoa não reparou que foi uma brincadeira do Loid? Será que essa pessoa nunca fez uma brincadeira do tipo?
5º – Não há personagens de cor no anime
Eis que o mesmo tiktoker das polêmicas dos tópicos 1 e 4 faz outra reclamação: que não há personagens de cor no anime.
Acho que qualquer pessoal normal já deve ter percebido que o anime se passa numa Europa fictícia, possivelmente tratando da situação entre as Alemanhas Ocidental e Oriental, após a 2ª Guerra Mundial.
Agora uma pergunta rápida: qual devia ser a porcentagem de pessoas de cor na Alemanha Ocidental e na Alemanha Oriental nos anos 50? Quase nula!!
Hoje mesmo, na Alemanha reunificada o percentual de pessoas de etnia africana representam 0,5% da população, então nos anos 50 deveria ser bem menor. E se o anime retratar esse país, então é normal não ter pessoas de cor.
Alguém por acaso já viu alguma reclamação de que Wakanda, um país fictício da África das HQ’s da Marvel Comics, não tem pessoas brancas?
A verdade é que tem gente que só quer aparecer, atacando o anime moda do momento. Em algumas obras, as críticas podem até fazer alguma sentido, mas com Spy x Family e outras, é pura forçação de barra.
O anime ainda está no 6º episódio da 1ª temporada e está programado para ter 12 episódios nessa temporada. Se em apenas 2 episódios já teve “polêmicas”, imagina o que vem pela frente.
O anime aqui no Brasil pode ser assistido pela serviço de streaming Crunchyroll
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