AVvXsEi_aLZ0_GdvzR0kPeYnV1lDh0v14-esx1hgIf5NmXOLmJvmClf6Rtq_ViHXBaKFhqW5o6x0XTlCkju74DJR1KlN2pmFeWMxKZydzoKEdFoRX7QjjabMjMM6PYBk4K-r04bxdRTmj89yFwMIZt-kMNnbwb80MwxwbOHONDn-0cE3QSjHlDZXc_Ljgdv0SA=w640-h360 Você lembra de E.T o Extraterrestre pra Atari?

Muitos se lembram do filme E.T. – O Extraterrestre, dirigido pelo lendário Steven Spielberg, foi lançando em junho de 1982, EUA e em dezembro do mesmo ano no Brasil. Esse longa-metragem se tornou um verdadeiro marco da cultura pop, conquistando o coração de toda uma geração. A história cativante sobre a amizade entre um garoto e um adorável alienígena cativou espectadores de todas as idades. E, é claro, o sucesso nos cinema resultou na ideia de se criar um jogo baseado no filme.

E na época tinha um dos percursores dos videogames modernos: o lendário Atari 2600, lançado em 1979. Esse console revolucionário abriu caminho para uma nova era de entretenimento interativo. Pela primeira vez, os jogadores podiam inserir cartuchos em seus consoles, permitindo que diferentes jogos fossem jogados em um único dispositivo. Isso deu aos programadores a liberdade de criar novos jogos mesmo após o lançamento do console. Com títulos clássicos como Pitfall, Enduro, Frogger e River Raid, o Atari 2600 trouxe a experiência dos fliperamas para o conforto do lar, permitindo que adolescentes de todo o mundo mergulhassem em aventuras virtuais por horas a fio.



Então era natural que se fizesse um jogo de E.T para o Atari,  o licenciamento para custou a colossal quantia de US$ 21 milhões, o que significava que seriam necessárias vendas de 4 milhões de cópias apenas para recuperar esse investimento. E isso sem mencionar os custos de desenvolvimento, distribuição e marketing. 

O problema é que as negociações demoraram muito e só foram fechadas em julho de 1982, apenas um mês após o lançamento do filme E.T.  Com a ideia de lançar o jogo a tempo para o Natal daquele ano, aproveitando a temporada de compras para tentar recuperar o enorme investimento. 

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Para cumprir esse prazo, a equipe teve apenas cinco semanas para criar um jogo completo, incluindo design, música, gráficos e testes. O jogo foi desenvolvido por  Howard Warshaw, que aceitou a arrendo-a tarefa de desenvolver o game em tempo recorde, mediante a receber um bônus de US$ 200 mil e férias paga no Hawaia. 

Howard Warshaw desenvolveu o jogo em apenas um mês, para efeito de comparação Os Caçadores da Arca Perdida, levou sete meses para seu desenvolvimento. Devido seu desenvolvimento a toque de caixa, o jogo acabou tento uma narrativa fraca, jogabilidade sofrível e uma quantidade absurda de bugs.



Em primeiro lugar, é importante entender como os jogos de Atari funcionavam naquela época. Não era simplesmente abrir a caixa, jogar o cartucho no console e se divertir. Bem, em alguns casos até era assim, mas nem todos os jogos eram tão simples. Os jogos vinham com manuais de instruções que explicavam como funcionava o jogo, qual era o objetivo e o que o jogador deveria fazer para alcançá-lo. No caso do E.T., se você não tivesse acesso a esse manual, ficaria completamente perdido.

O jogo começa com o adorável E.T. sendo abandonado em uma floresta por sua nave espacial. O objetivo é coletar três partes de um telefone alienígena que será usado para chamar a nave de volta. Na parte superior da tela, uma faixa rosa indica a direção geral da parte mais próxima, e na parte inferior há um número que representa a energia do personagem. Essa energia diminui a cada ação realizada pelo jogador, e se chegar a zero, você perde uma vida. Felizmente, você pode recuperar energia recolhendo “Reese’s Pieces” – um chocolate vendido nos Estados Unidos, que também aparece no filme – espalhados pelo chão. 



Após montar o telefone, E.T. deve voltar para a floresta e chamar sua nave espacial, que tem um tempo limitado para chegar. Em seguida, o jogo reinicia com um novo nível, no qual você leva sua pontuação anterior, mas o mapa é basicamente o mesmo, com as peças do telefone em locais diferentes. Se você ficar sem pontos ou energia, E.T. morre. Após perder três vidas, o jogo acaba.

Isso mesmo, não há uma história real, não há um final, e o jogo basicamente consiste em repetir o mesmo mapa várias vezes sem que a dificuldade aumente. E isso nem é o pior aspecto do jogo: além de ser repetitivo, ele é simplesmente frustrante. Acontece que, se você estiver em um pixel errado do mapa, pode ficar caindo no mesmo buraco várias e várias vezes, até mudar de posição. Então, você cai, flutua por cinco segundos até a borda do buraco, cai de novo, flutua por mais cinco segundos, cai novamente, e assim por diante. É uma experiência extremamente confusa e irritante. Além disso, depois de coletar os Reese’s Pieces e as partes do telefone, elas podem ser roubadas por agentes do FBI e cientistas que perseguem o alienígena constantemente. Então, você procura pelas peças, cai em um buraco, flutua, cai novamente, e assim por diante.

Howard admitiu que, se tivesse mais tempo, teria feito algumas mudanças significativas em E.T. – O Extraterrestre. Em uma entrevista ao Platypus, ele comentou: “O que eu fiz foi projetar um jogo que poderia ser concluído em cinco semanas. […] Era um jogo completo, funcional e, em grande parte, depurado, com alguns elementos inovadores em um ambiente tridimensional. Era um jogo completo, mas faltava polimento. Se eu tivesse a chance, a primeira coisa que mudaria seriam os buracos. Eu os tornaria mais difíceis de cair“.



O jogo foi um sucesso de vendas, estando listado em os mais vendido pela Billboard entre dezembro de 1982 e janeiro de 1983. Mas quando os jogadores chegavam em casa notavam que o jogo era horrivél e uma enxurrada de devoluções tomaram as lojas.  Forçando a Atari recolher milhões de cópias das lojas e enterrar os cartuchos não vendidos m uma vala gigantesca na cidade de Alamogordo, Novo México. 

Infelizmente, os problemas da Atari não se limitaram apenas ao jogo. A empresa havia investido cerca de 125 milhões de dólares no projeto e produziu uma quantidade maior do que a demanda real. Após janeiro de 1983, as críticas ao jogo continuaram a crescer e vários meios de comunicação o consideraram o pior jogo da história. As ações da Atari caíram drasticamente nos meses seguintes, e muitos analistas financeiros atribuíram parte das perdas da empresa entre 1983 e 1984 ao infame E.T. pixelado. Isso levou a Atari a perder destaque na indústria dos videogames.

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Durante muito tempo o enterro dos cartuchos foi considerado ua  lendas mais famosas do mundo dos videogames, já que essa vala nunca foi encontrada. Mas em 2014 a Fuel Industries e a Microsoft se uniram para produzir um documentário exclusivo para o Xbox One, focado na busca por esse túmulo eletrônico amaldiçoado.  E o mais incrivelmente o famoso túmulo foi descoberto, tornando a lenda uma realidade.


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