one-piece-netflix-series-adaptation-live-action-1280x720-1-1024x576 Review: Live Action de One Piece na Netflix

Em 31 de Agosto desse ano estreou no serviço de streaming Netflix, a adaptação em live action do anime/mangá One Piece.

Desde que foi anunciada a sua produção pela Netflix, muitos fãs de anime em geral ficaram receosos devidos as péssimas experiências anteriores de adaptações do tipo, principalmente as feitas pela Netflix como Death Note e Cowboy Bebop. Porém pelo jeito a Netflix acertou dessa vez, mas por que?

O primeiro ponto para essa adaptação ter dado certo foi a participação do autor da obra original, Eiichiro Oda, na produção e roteirização da série. Quem já acompanha a carreira do mangaká já sabe que ele é bem chato quanto a adaptações de seu mangá. Até mesmo o anime sofreu com esse cuidado do autor, tanto que até mesmo pra um mero filler só vai ao ar se Oda der o seu ok. Inclusive os episódios de estreia do Gear 5 do Luffy no mangá, que teve todo um grande trabalho de animação, só foi ao ar após aprovação do Oda, que esteve em cima dos animadores para ver o que estavam fazendo.

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Não é a toa que até a equipe de direção e roteiristas da série, em entrevistas, disseram que Oda mandava mudar muita coisa, até mesmo mandou refilmar algumas cenas. Todo esse zelo do Oda ajudou a série.

Outro fator importante foi terem optado por um formato série em vez de filme, até pq adaptar um anime do tamanho de One Piece para um formato filme seria totalmente inviável. Por exemplo, a parte do anime que a série adapta, que seria o Arco de East Blue até a batalha contra Arlong, teve 45 episódios no anime e 95 capítulos no mangá. Se fossem fazer um filme, tentar condensar pelo menos metade disso ficaria uma droga. No formato série ficou muito melhor, principalmente pra desenvolver melhor os protagonistas.

Mais um fator que ajudou a fazer a série dar certo foi abraçar a estranheza da obra original. O próprio Oda disse que recusou várias propostas de adaptação live action do anime por não achar possível, com a tecnologia da época, transportar o mundo de One Piece para o mundo real. Agora com o avanço tanto tecnológico como das técnicas cinematográficas, permitiram isso acontecer.

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Quando vi pela 1ª vez o trailer, eu vi o mundo de One Piece ali e quando assisti a série tive ainda mais certeza que abraçaram aquele mundo de verdade, a ponto de adaptaram os visuais mais estranhos de personagens. Parecia que eu estava vendo o personagem do anime em carne e osso. Desde de detalhes de roupas de personagens à cabelos coloridos iguais do anime. Até mesmo a maquiagem dos homens-peixe, mesmo que tenha dividido opiniões, ficou bem próxima a obra original

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E por falar em roupas, outro detalhe muito legal da série foi no vestuário do Bando do Chapéu-de-Palha, pois além da roupa principal, os atores usavam outras roupas que foram baseadas em vestimentas usadas pelos personagens em capas coloridas do mangá, dando assim uma variada no visual ao decorrer da série. Isso mostra atenção e carinho da equipe de produção a obra original.

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Mas o que mais me encantou nesse quesito foram os cenários. Ouso dizer que enriqueceu mais que o anime nesse quesito, pois mesclou bem aquele aspecto do mundo do anime com um tom realista. Desde as cidades até os navios (mesmo que ainda não tenha curtido aquela proa feita pro Going Merry na série).

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Agora vamos tocar num ponto que pode gerar discussões, principalmente entre fãs: as mudanças que a série fez. Como fã de carteirinha do obra, percebi várias, mas várias mudanças mesmo. Algumas acho válidas, outras fez perder certas coisas que tinham na obra original, mas creio serem compreensíveis devido ao tempo e narrativa da histórias. Não vou me aprofundar muito nas mudanças para não entregar spoilers. Quem sabe podemos fazer uma matéria só sobre essas mudanças entre o original e o anime.

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Algumas mudanças muito positivas foram a inclusão de eventos que só foram mencionados no original como o convite da Baroque Works para o Zoro e o massacre do Mihawk contra a frota do Don Krieg. Deu uma enriquecida a trama além de proporcionar algumas das melhores cenas de luta. Além da inclusão de eventos que aconteceram em “off”, temos referências a coisas que acontecerão mais a frente como alguns personagens que aparecem em cartazes de procurados que só aparecem muitos arcos depois, como Bellamy, Foxy e Cavendish, pequenas referências a Baroque Works, que provavelmente será o destaque se houver uma 2ª temporada e até mesmo tivemos o Conto de Norland, que no original só é contado no Arco de Skypiea. Mas uma das melhores referências foi a aparição de rostos conhecidos durante a execução de Gol D. Roger, coisa que só é revelada num flashback sobre Roger durante o arco de Wano.

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Também tivemos algumas mudanças na cronologia como a adição antecipada de certos personagens como Nami e Garp, além de alguns eventos. Alguns fãs podem até achar meio ruim isso, mas para o tempo que a série tinha trouxe mais dinamismo. E a adição do Garp já no Arco de East Blue ajudou a mostrar um pouco como funciona a Marinha, além de ajudar mais no desenvolvimento do Luffy e do Cobby, personagem que após sua primeira aparição no original, só aparece em histórias de capa e mais tarde após do Arco de Enies Lobby.

Uma mudança importante de se falar aqui, que costuma a gerar debates acalorados, na internet principalmente, é a mudança de etnia e gêneros de alguns personagens. Teve isso sim na série, mas não de forma a agradar militâncias, até porque a maioria dos casos que isso aconteceu foram com personagens secundários e até de personagens nem vão aparecer mais na trama. O personagem com maior mudança nesse sentido foi o Usopp, mas no caso dele é totalmente natural, já que o próprio Oda disse uma vez que se os personagens do One Piece fossem do nosso mundo, Usopp seria africano, então totalmente compreensível.

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Mas uma mudança que pode ter desagradado os fãs foram a redução da participação e até mesmo exclusão de alguns personagens. Não vou entrar em detalhes pra não entregar spoilers, mas alguns personagens secundários tiveram uma menor participação em comparação ao original e outros nem apareceram, mas creio que isso foi devido ao tempo da série. A série é mais acelerada que o original então não teria como dar o mesmo espaço que foi dado no original. Pelo menos a série soube contornar bem isso, contando de uma forma diferentes alguns arcos para compensar esse problema. Se de um lado perdemos, do outro ganhamos, mas aí cabe a opinião do fã se valeu a pena ou não.

Falando em personagens, o desenvolvimento do Luffy no início da aventura foi melhor trabalhado na série. Como acompanhamos no anime, Luffy simplesmente se lança ao mar sem mesmo ter uma noção básica de navegação e ao decorrer do Arco de East Blue ele vai aprendendo a ser um capitão, e isso acontece também no live action. Porém esse aprendizado é mais evidenciado principalmente durante o Arco do Buggy e após a luta de Zoro contra Mihawk. Outro personagem que ganhou um maior desenvolvimento foi Coby, onde ele aprende com o Garp o que é ser um marinheiro de verdade e a confiar mais em seu próprio julgamento.

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E por fim, elogiar a atuação dos atores, principalmente os mais recorrentes. Cada um realmente encarnou o personagem. Vi algumas críticas dizendo que o Luffy não ficou tão bobão quanto no original, mas numa mudança de mídia de animação para live action, ficaria meio complicado ser 100% igual, mas o ator conseguiu passar o jeito brincalhão e inocente do Luffy.

A série teve seus defeitos, mas nada gritante e além disso soube respeitar o material original, mantendo a essência da obra, coisa que algumas adaptações em live action de animes, como Dragon Ball Evolution e Cavaleiros do Zodiaco por exemplo, não fizeram. Além disso, a série é ótima para aqueles que não acompanham o anime, pois mesmo que não pesquem as referências, ela condensa bem a história e consegue passar a atmosfera da obra original.

Eu dou uma nota 9,5 para série e já coloco ela como uma das melhores live actions de animes.

Torcendo pra continuar essa aventura numa 2ª temporada.

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Fonte das Imagens: Netflix e One Piece Wikia


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By Combat

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